Dia do Trabalhador

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30/04/2017

Elogio Da Dialética

A injustiça avança hoje a passo firme.
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas
continuarão a ser como são.
Nenhuma voz além da dos que mandam.
E em todos os mercados proclama a exploração:
Isto é apenas o meu começo.

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem:
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.
Quem ainda está vivo nunca diga: nunca.
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são.
Depois de falarem os dominantes, falarão os dominados.
Quem pois ousa dizer: nunca?
De quem depende que a opressão prossiga? De nós.
De quem depende que ela acabe? De nós.
O que é esmagado, que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe e o que se chegou, que há aí que o retenha?
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
E nunca será: ainda hoje.

(Bertold Brecht)

 

Ao contrário do que ocorreu em anos anteriores, quando festejávamos o dia 1º de maio junto com os trabalhadores pelas suas conquistas, neste dia não temos nada a comemorar.

Gostaríamos que os trabalhadores de nossa categoria usassem este dia para refletir nos fatos que ocorrem nos últimos meses e que poderão mudar a vida de cada brasileiro.

Hoje, não podemos sorrir e nem comemorar junto com milhões de trabalhadores deste país, porque estamos em plena batalha pela defesa de nossos direitos e alguns, infelizmente, já foram sepultados.

Nas últimas décadas não temos notícias de um período tão negro para os trabalhadores brasileiros. Todos os direitos que levamos anos para conquistar parecem que estão escapando pelos vãos dos nossos dedos e indo pelo ralo.

Não conseguimos barrar a terceirização. Não conseguimos barrar a Reforma Trabalhista, que acaba com os direitos conquistados pelo CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Ainda temos pela frente a Reforma da Previdência que poderá acabar com a aposentadoria.

As derrotas não significam que perdemos a luta. Ainda estamos em pé, guerreando e defendendo os direitos de nossa categoria.

Não desistimos!

Temos presenciado deputados famigerados pelo poder e o lucro que acabam com nossos direitos com um simples voto. Uma traição! Porque fomos nós que os elegemos e os colocamos nessa posição privilegiada.

Fomos surpreendidos por medidas do governo e da Justiça que traduzem a selvageria do capital, a mesquinhez da classe empresarial e o desdém do presidente Michel Temer pelo povo brasileiro.

Hoje, estamos de luto!

Mas não significa que abandonamos a luta.

Mostramos no último dia 28 de abril, que se quisermos poderemos mudar o jogo. Foi uma pequena mostra de que podemos parar este país, se quisermos.

Não importa o quão difícil pareça à luta. Não podemos desistir!

Não podemos dar ouvidos aqueles que ignoram a nossa força e debocham da nossa capacidade. Aqueles covardemente, vergonhosamente esperam apenas compartilhar a vitória. Estes merecem nosso desprezo.

Não podemos abaixar nossas cabeças e nos submeter como escravos.

Somos maioria e temos a tampa do ralo. Basta ter coragem e lutar.

A diretoria