Uma em cada cinco brasileiras considera deixar o trabalho por conta da pandemia

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27/05/2021

Resultado de pesquisa da Deloitte com 500 mulheres é reflexo da sobrecarga, redução salarial e maior demanda por cuidados familiares

Por Barbara Bigarelli, Valor

Quase 20% das brasileiras estão considerando deixar o mercado de trabalho por conta de impactos negativos causados pela pandemia. Esse cenário aparece em um estudo da consultoria Deloitte, obtido pelo Valor, e que ouviu 500 brasileiras, sendo 63% mães, 23% que cuidam de outros familiares e 71% trabalhando de forma integral. Do total da amostra, 11% é C-Level e 51% atuam em empresas com faturamento anual de US$ 1 bilhão a US$ 5 bilhões.

Entre as 19% que consideram deixar a carreira por conta da pandemia, os principais motivos apontados foram sobrecarga (41%), redução de salário mesmo diante de maior número de horas trabalhadas (35%), maior comprometimento profissional aliado a mais cuidados familiares (13%) e dificuldade de ter um equilíbrio pessoal e profissional (10%). “Muitas demandas que as mulheres carregam já existiam antes da pandemia, mas era mais mascarado porque havia uma rede de apoio, filhos na escola, estrutura logística, maior possibilidade de contratar trabalho doméstico. Na pandemia, as crianças vieram junto, o trabalho veio para casa e, para muitas delas, pais e parentes também”, afirma Ângela Castro, líder do programa All In da Deloitte.

?Mas, independentemente de pensar em sair ou não do mercado como consequência desse cenário, quase um terço delas visualiza que suas carreiras não estão avançando como esperavam. “Cargos adicionais que caíram para elas, e envolvem responsabilidades domésticas ou sobrecarga no dia a dia, impactam a habilidade e a percepção de avanço que veem na carreira”, avalia Vênus Kennedy, líder do programa Delas da Deloitte. A executiva americana afirma que os resultados da pesquisa no Brasil estão alinhados, com pouca diferença nos percentuais vistos na pesquisa global que ouviu mais de 4,5 mil mulheres em nove países.

Leia a reportagem completa no site do Valor Econômico.